As crianças que eu gosto são todas: As minhas as dos outros e as de ninguém. Tu e eu sabemos:
De onde vimos, quem somos, que estamos aqui a fazer, para onde vamos.
Elas não, não sabem. Ainda.
E não sabem outras coisas:
Porque faz frio, tanto, agora, de repente.
Que o rio vai encher e inundar, este lugar.
Que além, está-se melhor, há mais sombra e frutos bons que caiem das árvores.
Que aquele animal, lá longe, é giro, fofo, apetece brincar, mas, morde fundo e feio!!
Que aquelas ondas nos sabem bem e nos refrescam a pele mas também nos levam embrulham e afundam..
Que a noite quando chega não vem para ficar e não traz monstros feios e maus com ela.
Que a água que corre límpida e fresca mata a sede.
Que os frutos, os vegetais e a carne dosanimais e dos peixes, matam a fome.
Que, quando se fecha os olhos e fica quieto e calado isso é dormir.
E que isso acontece para se voltar a viver com forças, energias, e vontades redobradas depois quando se abre os olhos novamente e acorda.
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Mas nós sabemos todas essas coisas.
E sabemos mais.
Sabemos que elas, as crianças, vieram por meio de nós.
Que são os nossos filhos e serão os homens de amanhã.
Estão aqui a viver vida delas assim como nós estamos viver a nossa.
E vão para o futuro, se nós deixarmos e principalmente se nós as ajudarmos.
E isso nós não podemos fazer em um único dia do ano!
No dia 1 de Junho nós até podemos lhes fazer uma festa, lhe dar mais uns carinhos ou lhes comprar um balão.
Com isso nós lhes roubaremos uns sorrisos e uns brilhos no olhar, extras.
Mas o que é importante mesmo, é não lhes falharmos, não lhes faltarmos, nunca.
Em dia nenhum do ano.
(escrito dia 1 junho 2006)