Passa-me a tua mão pelo meu cabelo.
Põe nela a alma toda de uma vez
e murmura amor, para eu te ouvir,
a música toda das mãos e do sentir.
Passa-me a tua boca pelo meu corpo
e voga sobre as ondas do futuro --
Espelho claro e fundo do oceano,
da vida, que se perde e vai recuperando.
Passa-me a tua vida pela minha
enquanto passa a caravana já dispersa
dos sonhos que fizemos noutro tempo
de esperança e de ilusão e de cantigas
de passeios pelos campos e as praias
em buscas de conchas e de espigas
Poema de Myriam Jubillot De Carvalho
em E no Fim era a Poesia