segunda-feira, abril 28, 2008


Ter um destino

é não caber no berço

onde o corpo nasceu,

é transpor as fronteiras

uma a uma

e morrer sem nenhuma.






Poema de Miguel Torga

quarta-feira, abril 23, 2008



As árvores e os livros







As árvores como os livros têm folhas

e margens lisas ou recortadas,

e capas (isto é copas) e capítulos

de flores e letras de oiro nas lombadas.






E são histórias de reis, histórias de fadas,

as mais fantásticas aventuras,

que se podem ler nas suas páginas,

no pecíolo, no limbo, nas nervuras.






As florestas são imensas bibliotecas,

e até há florestas especializadas,

com faias, bétulas e um letreiro

a dizer: «Floresta das zonas temperadas».






É evidente que não podes plantar

no teu quarto, plátanos ou azinheiras.

Para começar a construir uma biblioteca,

basta um vaso de sardinheiras.






Poema de Jorge Sousa Braga

domingo, abril 20, 2008

antes, tb eu...

... dormia, e sonhava sonhos bons.

fatima






quinta-feira, abril 17, 2008

terça-feira, abril 15, 2008

hoje apetecia-me postar, mas...


"As palavras estão muito ditas
e
o mundo muito pensado."

Deixo apenas esta imagem:

(LOVE)


e uma música





quinta-feira, abril 10, 2008




Foi num dia assim
como este
de nuvens carregadas
e o sol longe demais.









(Antes desse tempo,
lembro bem,
os dias cinzentos
não causavam tristeza nenuma em mim!)







Mas, penso,
foi num dia assim
como este
que tu me faltaste.

E, sobre mim,
vieram nuvens escuras e pesadas
- que choraram
- e chocaram
- fizeram trovoadas
- e relampagos tb.

Depois desse dia,
e até hoje,
ainda não consegui
limpar o meu céu.

fatima



Nota: os meus posts, são sempre verdades minhas. Mas, claro, nao resumem toda a minha pessoa, nem todos meus sentires. É verdade esta minha melancolia quase quase permanente, mas tb é verdade que, agora, na fase presente de minha vida, eu consegui o que eu sempre mais desejei (uma familia, em amor). E se restaram em mim todas as dores de todo o meu passado, é porque sinto tudo com demasiada intensidade, o que me faz viver com igual, ou maior, intensidade todas as minhas alegrias presentes. E delas tb falo, aqui no meu blog, claro.
Os meus posts, são impulsos que não me esforço para controlar. Vêm de dentro de mim, e não tenho tempo (nem vontade) para "os pensar" muito. Calha virem assim, se gosto e me agradam, assim ficam.
Beijos meus, para quem me gosta.
fatima

domingo, abril 06, 2008









Não pode seraquilo que eu mais queria.










E é um desalento tão grande


aquele que desce tão ao fundo


de mim.









O que eu aprendi estava tudo errado!!









-- Não há pelo que lutar:


o sol só eclipsa uma vez ou outra e o mar nem tem onde se esconder, afinal...








fatima

quarta-feira, abril 02, 2008


Estou metido no meu tamanho e assim é mais difícil aguentar, porque tenho de domesticar o que é maior do que eu.
De vez em quando naturalmente há a pressão.
E então há a tentação de me deixar ir.
Não vou.
Olho à volta e tudo é grande e cabe lá tudo o que em mim é demais.

De Vergílio Ferreira