quinta-feira, abril 30, 2009

Bommmmmmmmmmm fds!!!

Para o meu bem



Os pais tudo fizeram

para o meu bem.

Amparando as quedas

da metafórica bicicleta.

Exorcizando sustos

que eu próprio espantava.

Dizendo, sem dizer,

a razão que tinha Agostinho.

Mostrando, sem mostrar,

a ética diferença.

Os pais tudo fizeram

para o meu bem.

A quem posso eu sair?



Pedro Mexia em, Vida Oculta

quarta-feira, abril 29, 2009

Comovo-me com:








Ama e faz o que quiseres.



Se te calares, cala-te com amor.



Se gritares, grita com amor.



Se corrigires, corrige com amor.



Se perdoares, perdoa com amor.














de Tácito


terça-feira, abril 28, 2009

...

A minha cabeça anda assim.
E começo o dia sem saber das chaves a esquecer o telemóvel e a enganar-me no transito.
A minha filha vai fazendo o que pode. Ou seja, corrige as minhas tonterias e ameniza o stress com boa disposição e sentido de humor.

Ela, hoje:
-- Nome: Andreia Gama
Idade: 17 anos
Ocupação: GPS

:-)

segunda-feira, abril 27, 2009

veio de ti para mim e, agora, .. De Mim para Ti:

um ponto de luz que me seduz aceso na alma

um ponto de luz que me conduz aceso na alma

por traz dessa nuvem ardendo no céu

o fogo do sol vai eternamente quente

liberta-me a mente

liberta-me a mente

um ponto de luz que me seduz aceso na alma

lalalalalalalala

Boa semana, para todos!

Com Sol ou outro qq ponto de Luz a acender-nos por dentro...

fatima

domingo, abril 26, 2009

hoje a minha mãe faz anos e eu estou semre a pensar nela e sempre a lembrar deste poema...


haverá flores e serão tristes. haverá sol talvez, mas será tão triste.

lágrimas como mãos sobre o rosto. silêncio negro durante a noite.



não mais entrará no quarto antes de eu adormecer. esperarei sempre

por uma história que nunca contará, por uma canção impossível.


não quero imaginar o dia em que a minha mãe morrer. haverá flores

e serão tristes. haverá vida talvez, mas será para sempre tão triste.


Poema de José Luis Peixoto,

em A Casa, a Escuridão

sábado, abril 25, 2009

25 de Abril. Liberdade. O nosso bem mais precioso.







Mercado de trocas




Troco um passarinho na gaiola



por um gavião em pleno ar





Troco um passarinho na gaiola


por uma gaivota sobre o mar








Troco um passarinho na gaiola


por uma andorinha em pleno vôo





Troco um passarinho na gaiola




Por uma gaiola aberta, vazia





Poema de Roseana Kligerman Murray

sexta-feira, abril 24, 2009

para a gente nao se acostumar a esquecer coisas importantes:


Eu sei que a gente se acostuma.

Mas não devia.







A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.





A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.





A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.





A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.





A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.







A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.





A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.











de Marina Colasanti

quarta-feira, abril 22, 2009

terça-feira, abril 21, 2009

enganos..., o que conta é desfazê-los!

toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro

de uma música de Sérgio Godinho


segunda-feira, abril 20, 2009

:-)

Para contrariar um pouco a tendência deste blog para a melancolia e a nostalgia, vou começar esta semana apelando em mim, e espero em quem me visita, a boa disposição!!
Sendo assim, deixo aqui a minha anedota preferida:

Era uma vez um casal que vivia muito desavindo, o Manuel e a Maria.

Nas alturas em que se encontravam assim, desavindos, não se falavam e comunicavam por papelinhos.

Um dia!!!, o Manuel escreve:

-- Maria, amanhã preciso me levantar mais cedo, por isso acorda-me as 7h.

Dia seguinte, o Manuel acorda, olha o relógio, 10H!!!

E na mesinha cabeceira estava um papelinho:

--Manuel acorda, são 7h.

:-))

Boa semana, para todos (nós)!!

fatima


domingo, abril 19, 2009

real life is overrated

Sobrevalorizamos a vida real.
Com a nossa imaginaçao podemos ir a sitios que nenhum mapa indica e
fazer coisas que mais ninguem....
E ser, afinal, um pouco mais felizes.

fatima


sexta-feira, abril 17, 2009

quem dera, eu conseguir segurar as palavras!!!






Sê paciente;
espera
que a palavra
amadureça
e se desprenda como
um fruto
ao passar o vento que
a mereça.



Poema de Eugénio de Andrade

quinta-feira, abril 16, 2009

sinto isto hj:

Quero voar
-mas saem da lama
garras de chão
que me prendem os tornozelos.

Quero morrer
-mas descem das nuvens
braços de angústia
que me seguram pelos cabelos.

E assim suspenso
no clamor da tempestade
como um saco de problemas
-tapo os olhos com as lágrimas
para não ver as algemas...

(Mas qualquer balouçar ao vento me parece Liberdade.)

Poema de José Gomes Ferreira


quarta-feira, abril 15, 2009

uma prenda de anos




Deus — talvez esteja aqui, neste

pedaço de mim e de ti, ou naquilo que,

de ti, em mim ficou. Está nos teus

lábios, na tua voz, nos teus olhos,
e talvez ande por entre os teus cabelos,

ou nesses fios abstractos que desfolho,

com os dedos da memória,
quando os evoco.
Blockquote

Existe: é o que sei quando

me lembro de ti. Uma relação pode durar

o que se quiser; será, no entanto, essa

impressão divina que faz a sua permanência? Ou

impõe-se devagar, como as coisas a que o

tempo nos habitua, sem se dar por isso, com

a pressão subtil da vida?



Um deus não precisa do tempo para

existir: nós, sim. E o tempo corre por entre

estas ausências, mete-se no próprio

instante em que estamos juntos, foge

por entre as palavras que trocamos, eu

e tu, para que um e outro as levemos

connosco, e com elas o que somos,

a ânsia efémera dos corpos, o

mais fundo desejo das almas.



Aqui, um deus não vive sozinho,

quando o amor nos junta. Desce dos confins

da eternidade, abandona o mais remoto dos

infinitos, e senta-se aos pés da cama, como

um cão, ouvindo a música da noite. Um

deus só existe enquanto o dia não chega; por

isso adiamos a madrugada, para que não

nos abandone, como se um deus

não pudesse existir para lá do amor, ou

o amor não se pudesse fazer sem um deus.
Poema de Nuno Júdice

terça-feira, abril 14, 2009

...


Penso que o amor é muito difícil.
Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é.
A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são.
No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar.
E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.


José Luís Peixoto

segunda-feira, abril 13, 2009

Aug


Quando vi esta foto só lembrei de Ti.
Quero dizer, de nós!
Tu és o grande e atento
eu sou a pequenita , claro.
:)
Obrigadaaaaaaaaaaaaa,
fatima

...

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
de Cecilia Meireles

sábado, abril 11, 2009

:-)

Desejo a todos
uma Páscoa
BOA e BONITA.

fatima

A vida, como ela é:







Difícillllllll

p`ra caraças!!!

(peço desc pela expressão)

quinta-feira, abril 09, 2009

...


Já estive quase quase a desistir.

Algumas das vezes era força de vontade minha. Outras eram a desilusão e o cansaço que me impeliam…

Mas sentia-me, sei lá, como que amputada de uma qq parte de meu corpo.

Viver por amor. É do que falo.

Cada um de nós tem as suas necessidades mais prementes. A minha é o amor.

E a busca por ele, talvez seja o sentido de minha vida.

O bem estar e, os prazeres… Confortam-me e, dão-me alegria, mas não me fazem feliz.

Um beijo de amor e um xi-coração apertado, é o supra sumo da felicidade. A minha felicidade.

E sou feliz muitas vezes, admito.
Todos os dias, várias vezes por dia, sempre que minha filha se chega a mim…

Mas somos uns incontornáveis insatisfeitos!, penso.

E penso tb que é assim que temos de ser, pq é essa insatisfação que nos leva a ir mais além.

Concluindo:

Pq raio (desculpem a expressão) está sempre em “lá além” aquilo que nos importa mais????








fatima
Nota: este texto foi escrito ha alguns anos,
mas eu sou daquelas pessoas que não muda muito...

quarta-feira, abril 08, 2009

...


Vergonha


"Num mundo em que há migalhas e esperdícios,

pratos cheios de restos enfastiados

e bocas que salivam sem ter pão;

e em que há crianças tristes, maltrapilhas,

que não terão nem livros nem recreios

nem mesmo infância no seu coração;

num mundo onde os enfermos são tratados

com a caridade irônica dos homens

proprietários dos próprios hospitais;

onde alguns já nasceram infelizes

e hão de viver sem segurança e paz,

sem meios de lutar, abandonados,

e outros, trazem do berço as regalias

que hão de inutilizar, despreocupados;

num mundo, onde há mãos cheias, trasbordantes,

e há mendigando, pobres mãos vazias;

onde há mãos duras, ásperas, cansadas,

e suaves mãos inúteis e macias;

onde uns têm casas grandes, com jardins,

e outros, quartos estreitos, sem paisagem;

num mundo onde os artistas prisioneiros

fazem "roda" nos mesmos quarteirões

sonhando sempre uma impossível viagem;

E há homens displicentes, nos navios,

carregando "kodaks" distraídas

que têm mais alma que os seus olhos frios,

num mundo onde os que podem não têm filhos

e os que têm filhos, quase sempre lutam

porque não podem constituir um lar.

num mundo, onde ao mais leve olhar humano

vê-se que não há nada em seu lugar.

e onde, no entanto, fala-se em Direito,

em Justiça, em Razão, em Liberdade;

num mundo onde os que plantam, pouco colhem

e os que colhem, não sabem, na verdade,

de onde vêm as colheitas que consomem;

num mundo, onde uns jejuam muitos dias

e outros, por vício, muitas vezes comem,

Sinto a angústia fatal de ter nascido

e a suprema vergonha de ser homem!

Poema de J.G.de Araújo Jorge

gosto tanto tanto tannnnnnto

terça-feira, abril 07, 2009

;))

Duas irmãs solteironas
vivem juntas
com uma gata
que nunca deixam sair
uma das irmãs casa
a outra pede-lhe
uma carta
a relatar pormenorizadamente
a noite de núpcias
a outra manda-lhe
um telegrama
"mana, solta a gata"

de Adília Lopes


...


" A amizade leva tempo e dá trabalho"
(o amor tb, acrescento)

segunda-feira, abril 06, 2009

....

....
Gosto de me deitar
sem sono
para ficar
a lembrar-me
das coisas boas
deitada
dentro da cama
às escuras
de olhos fechados
abraçada a mim.

Poema de Adília Lopes em Obra
...

Escolhi este poema e esta imagem por serem duas verdades minhas:
a imagem é a foto de um "acordar" bonito demais
o poema, como toda a poesia de Adília Lopes, eu gostaria de ter escrito...
fatima

boa semana!


sábado, abril 04, 2009

:)



Desejo(-nos) a todos um bom fim de semana.


Com sol,

ou outra estrela qualquer

:)

a brilhar para nós!!

fatima

sexta-feira, abril 03, 2009

poemas que eu gosto


Convida-me só para jantar




E não queiras depois fazer amor.

Convida-me só para jantar

num restaurante sossegado

numa mesa de canto

e fala devagar

e fala devagar

eu quero comer uma sopa quente

não quero comer mariscos

os mariscos atravancam-me o prato

e estou cansada para os afastar

fala assim devagar

devagar

não é preciso dizeres que sou bonita

mas não me fales de economia e de política

fala assim devagar

devagar

deita-me o vinho devagar

quando o meu copo já estiver vazio.

Estou convalescente

sou convalescente

não é preciso que o percebas

mas por favor não faças força em mim.

Fala, estás-me a dar de jantar

estás-me a pôr recostada à almofada

estás-me a fazer sorrir ao longe

fala assim devagar

devagar

devagar.






Ana Gôes em, 366 poemas que falam de amor


quinta-feira, abril 02, 2009

...

Estou a esvaziar o meu coração de ti,
a obrigar meu corpo a esquecer o teu
e a forçar em minha cabeça, pensamentos contrários ás tuas lembranças.

E depois??

-- Depois não sei,

MAS QUERO MUITO SABER!!

:)

fatima


quarta-feira, abril 01, 2009