Crer é, na maior parte das vezes, a melhor maneira de não pensar!

As pessoas crentes e/ou que têm fé, zombam de nós, os outros.

Ou têm pena.

Ou desconsideram-nos, pensando-nos de mente fechada e limitada.

Há muitos anos atrás, adolescente ainda, adoptei para mim aquela fala de um dos personagens criados por Shakespeare: "Há mais coisas no céu e na terra, Horatio, do que sonha a tua vã filosofia."

Claro que há muitas, incontáveis, infindáveis, coisas que eu não sei e não conheço.

Nem eu nem o mais sábio, elucidado e esclarecido dos homens.

Mas, serão sempre coisas possíveis! E nós não temos os meios físicos para as descobrir (ainda)

nem capacidades intelectuais para as conhecer (ainda, outra vez, pq eu acredito na evolução)...

E eu estou convencida que é preferível não conhecer todas as coisas possíveis e possuir um conhecimento incompleto do que viver a acreditar em coisas impossíveis!

Admito que as crenças nos facilitam a vida e nos poupam a algumas duvidas e muitas angustias, e tb sei que a fé nos alenta e nos conforta. Além de que dá um jeito "do caraças" para nos redimirmos de nossos actos menos próprios e correctos...

Mas pronto, eu sou dos que não tem crenças nenhumas nem fé alguma.

Tenho que me esforçar no meu dia a dia para me portar bem pq sei que nenhuma acto de contrição me vai perdoar e ficar "bonitinha" outra vez . Irei, sim, viver com sentimentos de culpa e consciência pesada o resto de minha vida pq nem sempre consigo os meus intentos de boas acções e de comportamentos acertados.

Tenho tb que ser atenta sempre, e forte nos momentos maus. Pq nenhum anjo da guarda me indica o caminho e nenhum santinho me ampara nos meus tropeços.

Tenho que pensar por mim mesma, sempre sempre sempre! Pq os livros escritos por mentes férteis e imaginativas a mim servem apenas para distracção e enriquecimento pessoal e não faço das palavras de outros (como eu), orientações para minha minha própria vida.

Não me custa nada, mesmo mesmo nada!, viver tendo consciência que não sei tudo, ou que sei mesmo muito pouco.

Mas detesto, mesmo mesmo mesmo!, viver enganada.

Do mais importante para mim é a verdade.

Mesmo que doa.

Mesmo que fique mais difícil aguentar a vida.

Mesmo que canse e extenue demais.

Mesmo que me sinta mais sozinha. E pequenina. E tão importante quanto uma formiga.

Mesmo que tenha medo....

A seguir a verdade, é-me importante e apreciada a liberdade.

Por isso escrevo aqui no meu blog o que penso, o que me passa pela cabeça, sem medo de ser mal interpretada, sem receio de ser desgostada, sem pena de ser incompreendida.

Assim sou eu, e aqui deixo dito!

fatima