off

Mais uma vez:

eu, off

e

meu blog, pausa.

Mais uma vez, eu triste e cansada e sem nada para dizer e escrever, sem vontade de procurar imagens bonitas e escolher musicas que gosto.

Tenho 38 anos, toda a gente sabe, e sinto-me tão mas tão "tola e infantil". Sempre em ciclos de duvidas angustias descontrolo. Dores toda a gente tem. Mas a maioria é forte e tenta aprender com essas dores e protege-se e defende-se e faz planos de como reagir a essas dores e , o mais incrível para mim, consegue seguir esses planos.

Eu sinto-me sempre "uma coisa que deambula por aqui".

Ao sabor das minhas emoções, sem destino, sem objectivos. Estando, apenas ; e sentindo, somente.

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Como se faz para guardar as dores cá dentro?, trancá-las a sete chaves e sair para a rua como se as deixássemos em casa dentro do armário escuro ou debaixo da cama? Como se elas não estivessem ali connosco, dentro de nós, a fazer mossa, a doer a doer a dor.

Qd vou tirar sangue e espetam a agulha eu viro a cara ao lado para não ver e faço uma careta qd a agulha pica. Reajo a dor, que é pqn e passa no segundo imediato.

Sendo reactiva assim, qd me dói tudo, coração inclusive, como posso deixar de fazer caretas? Como evito as lágrimas e a contorção no meu rosto?

Como olho nos olhos dos outros sem lhes mostrar tudo o que eu sou, tudo o que se está passar comigo, tudo o que eu sinto?

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Tudo passa. Eu sei.

Mas vou parar meu blog pq , pela primeira vez nos meus 38 anos, as minhas duvidas são mais do que as angustias e mais fortes do que as dores.

Não vou postar aqui uma coisa hoje e contradizê-la amanha.

Podia fazê-lo. Este blog é só meu e não pretendo com ele ensinar nada a ninguém.

Posso registrar aqui as minhas maiores patetices, pq sou dona de mim e livre para ser tudo. Ser tudo, quer dizer: ser forte, ser fraca, acreditar em coisas bonitas, descrer de tudo, sentir-me quente lá dentro, deixar entrar o frio, pensar coisas boas e interessantes, pensar tolices "sem pés nem cabeça" etc e tal, penso que ja me fiz compreender.

Mas sinto que preciso, neste momento, pensar, pensar num rumo para mim. Sinto que é hora de me deixar de vagueações e de andar a deriva. Vou-me concentrar em mim, em planos para mim, e executar esses planos.

Já me enganei tanto em tanta coisa que agora não posso confiar mais em meus instintos mais primários. Tenho que começar a usar a minha cabeça e procurar a realidade das coisas.

Acho que todos os que gostam de poesia, se apaixonaram alguma vez por a Tabacaria de Fernando Pessoa.

"não sou nada

nunca serei nada

não posso querer ser nada

á parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo

Sempre uma coisa defronte da outra,

Sempre uma coisa tão inútil como a outra,

Sempre o impossível tão estúpido como o real,

Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,

Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)

E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.

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Espero voltar aqui um dia, pq gosto tanto tanto do meu blog (e desculpem o que parece ser imodestia) mas agora, sinceramente, ele não me apetece mais.

Talvez pq tenho medo de canalizar minhas energias e forças para os lugares errados...

Um beijo para todos os que passam e queiram receber carinho de mim

fatima