sexta-feira, abril 23, 2010

...


As coisas limitam-se a ser o que são

quando as olhamos de frente, como esse cão

que enfrentou o céu e não teve resposta.




Outras coisas são mais simples do que

pensamos, quando as definimos entre o

que são e o que não sabemos delas.




O cão perdido no areal pode ser uma dessas

coisas, quando transforma as ondas na

sua matilha, e elas vão atrás dele.



Como se as ondas fossem animais,

e o mar respirasse pelas suas bocas

quando perseguem o cão que as espera.


*

Poema de Nuno Júdice

(o meu poeta preferido a seguir a F Pessoa)

1 comentário:

Anónimo disse...

Amei, é só.
Beijos de irmã
Kerli