Deveria ser agora mais sensato do que era.
Mas não sei se o sou.
A minha memória tece uma tela de vergonhas e encantos.
As vergonhas, fechei-as em mim, mas o instante do encanto -
o raio de sol na parede, o canto do melro, aquele rosto,
o lírio, o livro de poemas ou aquela pessoa - esse, perdura e retorna em esplendor.
Esse instante eleva-me acima das minhas fraquezas.
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de Czeslaw Milosz
Nota: mas as minhas vergonhas, eu nao as fechei no armario, tranquei num cofre, ou escondi por baixo da cama.
Trago-as comigo, sempre sempre sempre.
São elas que me fazem, a cada dia, sentir-me mais e mais pequena, insiginifcante e uma quase miserável.
É no que mais penso por estes dias: o que fazer com aquela parte de nós que nos desilude e desgosta?
:(
fatima