Tem que ser à escolha.
Tem que mudar para que nada mude.
É fácil, impossível, difícil, vale a pena tentar.
Olhos tem, se necessário, ora azuis, ora cinzentos,
negros, alegres, raso se água sem motivo.
Dorme com ele como qualquer uma, única no mundo.
Dá-lhe quatro filhos, nenhum, um.
Ingénua, mas a melhor a aconselhar.
Frágil, mas carregará o fardo.
Não tem a cabeça no lugar, mas há-de ter.
Lê Jaspers e revistas femininas.
Não sabe para que serve este parafuso mas constrói uma ponte.
Jovem, como sempre, ainda jovem.
Segura nas mãos um pardal com a asa partida,
o seu próprio dinheiro para uma viagem longa e
distante,
o cutelo da carne, a compressa e um cálice de vodka.
Para onde corre assim, não estará cansada?
De maneira alguma, um pouco, muito, não importa.
Ou o ama, ou teima em amá-lo.
Para o bem, para o mal e por o amor de Deus.
*
de Wislawa Szymborska(adoro-a!)
terça-feira, fevereiro 01, 2011
Retrato de Mulher
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário