Ida e volta
Quando nos encaminhamos para o amor
todos vamos ardendo.
Levamos amapolas nos lábios
e uma centelha de fogo no olhar.
Sentimos que o sangue
nos golpeia as têmporas, as pelves, os pulsos.
Damos e recebemos rosas vermelhas
e vermelho é o espelho do quarto na penumbra.
Quando voltamos do amor, vagarosos,
desprezados, culpados
ou simplesmente estupefactos,
regressamos muito pálidos, muito frios.
Com os olhos e os cabelos envelhecidos e o número
de leucócitos nas alturas,
somos um esqueleto e sua derrota.
Porém continuamos indo.
*
de Amalia Bautista
(poetisa que eu adoro adoro adoro)
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