quarta-feira, agosto 29, 2007

:-)


Humm,

tenho que confessar duas coisas, nao, três coisas: 1, tenho saudades da blogosfera; 2, muitas saudades do meu blog; 3, tenho receio de já não saber como fazer ...



Bem, queria escrever qq coisa aqui hoje, mas a verdade é que não tenho tempo nenhummmmmmmmmmmmmm para Isto.

Tenho um pouquito de pena, mas não muita, pq meu tempo todo é ocupado em outras coisas que, ou são mais válidas (trabalho das 9h as 19H, cozinhar, lavar a louça, tratar da roupa, arrumar a casa) ou são mais importantes (cuidar e educar), ou são mais prazeirosas (não sei se esta palavra existe, desculpem) (acarinhar e amar).


Muita coisa em minha vida mudou nos ultimos tempos e a única coisa que importa dessas mudanças todas (boas, más, mt boas e mt más, há de tudo...) é que eu sou, estou, sinto-me MAIS FELIZ.


Um dia destes voltarei, para saber de todos aqueles a quem eu me acostumei aqui.

Deixo muitos beijos e relembro saudades....




fatima







Desfloramento

Venho das noites escuras
E aprendi a ver nas trevas
e a ler nas trevas.
Venho das noites escuras
e sei o grande soluço das sombras
e os cânticos impotentes dos peregrinos.
Venho das noites escuras
e daí o meu amor imenso pela luz!
E quanto mais treva era a treva
melhor eu aprendia a amar a luz do sol,
e dos meus olhos sempre mais e mais abertos
a luz interior irradiando aniquilava as sombras...
E sendo sempre noite, era cada vez mais manhã.
E cada vez mais enorme e definitiva, a manhã subia,
a-pesar-da treva, a-pesar-do silêncio, a-pesar-de tudo!
E cada vez mais era manhã. E era ainda a noite.

A flor romântica da treva esfolhou-se nos dedos.
E então nasci.
E então vi que estava nu,
E alegrei-me por estar nu,
enfim!
Sorvi os frutos da terra,
e já não me souberam a papel impresso!
Sacudi a poeira do que me tinham ensinado,
e comecei a saber.
Sob as palavras, desvendou-se então a voz,
e a canção ardente da vida já não encontrou algodão
nos meus ouvidos.

Ah! Só quem veio das trevas e das noites escuras
pode amar assim o imenso mundo do sol!
Poema de Adolfo Casais Monteiro