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sexta-feira, outubro 26, 2018

Era, Senti re l`amor. E uma espécie de carta minha...






Quando "tudo vai mal", seria justificável e compreensível, alguma zanga nossa.
Barafustar, reclamar, bater com as portas, gritar palavras feias e impropérios.
Esquecer as coisas boas, ignorar as bonitas.
Eu, é estranho, quando estou infinitamente triste, lembro de tudo o que eu gosto e fico com vontade de fazer coisas boas  e de ser melhor pessoa. 
Também me apetece chorar, mas nem sempre consigo. (É verdade, sei isso mt mt  bem: chorar alivia, e consola um pouco, até...)

A história é esta e nunca me tinha acontecido - saber que alguém, de quem gosto, em quem me revejo bastante, tem apenas algumas semanas, talvez até dias, de vida.

Morrer é apenas não existir; somos , na morte, o que éramos antes de nascermos - nada.
E o nada é a ausência do tudo -  o bom, o mais ou menos e o mau.
Temos pena de quem morre, mas os tristes somos nós, os que ficamos!
Faz sentido/não faz sentido? não importa, é assim que as coisas são.

O que eu dava por um ultimo abraço!

Talvez, afinal, esteja aí um sentido para a morte - para que os que ficam descubram o que mais  desejam, o que lhes é  realmente importante e imprescindível...
Para mim é um abraço apertado, uma meiguice, um carinho. É olhar, olhos nos olhos, com confiança e amor...

Num dia mt triste
(mas) com muito Amor
para todas as pessoas da minha vida,

fátima


segunda-feira, outubro 15, 2012

bom dia, boa semana...



Se vieres às quatro da tarde, eu a partir das três já começo a ser feliz.
E quanto mais perto for da hora mais feliz eu serei.
Às quatro já começarei a agitar-me e a inquietar-me. É o preço da felicidade.
Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a que horas hei-de vestir o meu coração.



de Antoine St Exupery


quarta-feira, abril 04, 2012

eu...


Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação para alegria tímida, para paixão sem orgasmos múltiplos ou para o amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui para que gostem de mim. Estou aqui para aprender a gostar de cada detalhe do que tenho. E para seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até à fractura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas....
Por isso, não me venha com meios termos, com mais ou menos qualquer coisa. Venha a mim com corpo todo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem vida para a gente!
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo da altura, mas não evito os meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou!

(encontrei este texto na net, desconheço o nome da autora, mas revejo-me nele ;) )

terça-feira, dezembro 20, 2011

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!

de Clarice Lispector

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Boa semanaaaaa


Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze taxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover.


de António Lobo Antunes



segunda-feira, outubro 24, 2011

....


A poesia, tal como namorar, não é uma coisa a que hoje em dia dediquemos muito tempo.

Dá a impressão que só temos tempo para a sedução, para seguir os letreiros que levam à satisfação.

Gostamos de despachar as coisas e passar à seguinte.



de Robert Dessaix

sábado, agosto 20, 2011

me, myself and i...



Sou o que se chama de pessoa impulsvia.

Como descrever?

Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de reflectir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente.

O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.

Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos.

E até que ponto posso controlá-los....

Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente?

Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta?

E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura.

Vou pensar no assunto.

E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda.

Ou nunca serei.

*


de Clarice Lispector

quinta-feira, agosto 18, 2011

...

Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole.

Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hábito, para evitar repetições, para provocar um estranhamento, para alegrar o seu dia, para fazê-lo pensar, para resgatá-lo do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento.



de Martha Medeiros