sexta-feira, novembro 30, 2007

quarta-feira, novembro 28, 2007

a nossa morte é o nada de tudo

Os astros, a Terra, esta sala, são uma realidade, existem, mas é através de mim que se instalam em vida: a minha morte é o nada de tudo.

Como é possivel? Conheço-me o deus que recriou o mundo, o transformou, mora-me a infinidade de quantos sonhos, ideias, memórias, realizei em mim um prodígio de invenções, descobertas, que só eu sei, recriei à minha imagem tanta coisa bela e inverosímel.

De vergílio ferreira

Em aparição

segunda-feira, novembro 19, 2007

amor/familia










Mamã, papá, kelita, leninha e andreia filipa!































Não acredito no sangue, eu.





Quero dizer, não acredito que o sangue que corre nas nossas veias carregue com ele o amor que sentimos por outros.




Não amo a minha filha pq ela nasceu de mim.




Não adoro as minhas irmãs pq elas partilharam o mesmo berço que eu durante 9 meses (aqueles que eu desconfio que são os melhores de nossa vida).




Não sei como é com os outros, mas eu estou certa de que o meu coraçao é completamente livre das amarras com que os genes familiares costumam nos enredar...




Não gosto menos, nao sinto menos amor, por isso.




Muito pelo contrário!, penso!




Sou completamente apaixonada pela minha filha, pelo jeito dela, a alegria que é tão raro ela deixar que esmoreça, a meiguice dela que é infinita e nunca mais acaba, a imaginação, o sentido de humor, a lealdade, a sinceridade, a coerência, retidão, responsabilidade, ambição qb, desinteresse...
Tanta, tanta coisa que minha filha tem, que minha filha é , que eu admiro, aprecio, gosto, tudo junto só podia dar um amor que é maior do que eu e que não quero saber de onde vem e de que matéria é feito.





Os meus amores, não quero saber se são meus familiares!




Nem me incomodava sequer saber que me tinham trocado de filha na maternidade, por ex!

E minhas irmãs, conheço-as tão bem!




Sei quase tudo delas e é aí que o amor está. Nesse conhecimento e tb nas vivências que partilhamos e que nos fizeram ser o que somos hoje.




Um pouco do que eu sou, chama-se kelita e leninha, pq elas estavam LÁ e por AQUI ficaram...





É importante, a historia genética, eu sei. Mas por outras razões que nao as afectivas.




Mais uma vez, não falo por outros, mas apenas por mim mesma.




O meu amor, é real e é verdade, e é devido,unicamente, aquilo que tu és e aquilo que tu me dás e aquilo que eu sou por causa de ti.






















fatima

quinta-feira, novembro 15, 2007




A Bela Acordada











Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia era bonita, as pessoas diziam-lhe:



- Eu amo-te.



E iam com ela para a cama e para a mesa.



Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:



- Não gosto de ti.



E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.



A mulher pediu a Deus:



- Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para



sempre.



Então Deus fê-la feia.



A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar



com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais



gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando



era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais



não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço,



estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a



mastigar.



Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que



pescou o peixe.



Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe,



descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a



mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o



peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe



foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe



morreu.



As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era



tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram



chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei



apaixonou-se pela mulher.



- Será uma sereia ? – perguntaram em coro as criadas ao



rei.



- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito



tortas, uma mais curta do que a outra – respondeu o rei às



criadas.



E o rei convidou a mulher para jantar.



Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à



mulher quando as criadas se foram embora:



- Eu amo-te.



Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com



uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e



comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:



- Eu amo-te.



Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no



tapete de Arraiolos da casa de jantar.








Poema de Adília Lopes

terça-feira, novembro 13, 2007

vazia mas...





Venho aqui mt pouco por falta de tempo.

Mas hoje sobrou-me desse tempo.

E faltou-me algo mais importante.

-Algo para dizer.

Acontece-me muito, esvaziar-me momentaneamente.

Não estou a queixar-me, porque a estes momentos eu chamo de

LIBERDADE.

Por isso, faço o costume: escolho das minha músicas preferidas a que mais me apetece ouvir, coloco no repeat e procuro a pasta das minhas imagens guardadas. Olho as imagens, oiço a música, gozo a LIBERDADE.
-Sou feliz.

Deixo aqui um pouco disso...

Com um beijo meu!






fatima




sábado, novembro 10, 2007

"com as raizes": podem ser .... os meus amuos



Quando eu estiver com as raízes
chama-me com tua voz.
Irá parecer-me que entra
a tremer a luz do sol.


De Juan Ramón Jiménez