terça-feira, agosto 18, 2020


« Do you love me?» Asked Alice.

« No, I don’t love you.» Said the white rabbit.

Alice wrinkled her forehead and began to rub her hands nervously, like she always did when she was in pain.

« Can you see that?» Said the white rabbit. « Now you’re probably wondering if it is your fault, why can’t I at least love you a little bit, what makes you so imperfect, fragmented. This is the reason why I can’t love you. Because there will be days in which I will be tired, angry, with my head in the clouds and I’ll hurt you. Every day happens to trample the feelings of the others for boredom, carelessness, misunderstanding. But if you don’t love yourself at least a little bit, If you do not create a shield of pure joy around your heart, my weak darts will be lethal and I will destroy you. The first time that I met you, I made a pact with myself: I’d not love you until you will teach to yourself your value. So Alice no, I don’t love you. I can’t do it.»


De Lewis Carrol em Alice in wonderland

sábado, agosto 15, 2020

quinta-feira, agosto 06, 2020

Kerli, minha mana-querida-e-adorada,

Todos os dias, na verdade a quase todos os momentos, penso em ti.
Há dias em que sou muito muito egoísta. Penso em ti, sim, mas na falta que me fazes. 
A tua companhia nos almoços no Freixial. As tuas opiniões sempre directas e assertivas. As tuas ideias, tantas vezes em oposição com as minhas, o que nos fazia discutir, aprender, evoluir, crescer. As tuas risadas, muitas quando estavas em fases felizes. Os nossos cafés, os nossos passeios, a nossa troca de livros... As nossas confidências, só nossas, para sempre. As nossas desavenças, também. Os nossos desacordos que às vezes  levávamos semanas a resolver.
Penso na falta que me fazes, choro, sinto pena de mim própria.  Custa-me tanto aceitar a vida, assim, sem ti!

E depois há os outros dias, cada vez são mais, estes dias. Em que penso em ti, só em ti. No momento presente 18h, 05/08/2020, que não estás a viver. Não estás a ver este sol, a sentir este calor de Verão, que tu adoravas. Não estás na praia, a ver o mar, a comer um gelado, a tirar fotos abraçada às tuas meninas...
Nunca mais abraçarás as tuas meninas....
Cada vez penso mais em ti, que desapareceste, que não me verás nunca mais, nem à mamã, ao papá, à leninha. As pessoas da tua vida, os teus amores.
Sinto um sufoco, no peito. Sinto o coração a apertar, a mirrar, a ficar, mais e mais, pequeno.  É uma dor física! Não é uma sensação, uma "impressão" como me dizem.Não consigo chorar, inspiro fundo, tento aliviar... 
Também me dizem que vou aprender a viver com esta dor. Eu sei que sim, que vou. 
Mas com o coração, dia a dia, mais  e mais pequeno, também tenho cada vez menos amor dentro de mim. Não tenho, terei, tanto amor pelos outros, e por mim própria, como antes. Não tenho tanto para dar, oferecer, a ninguém, como antes. 
Eu tenho que aprender a viver sem ti. 
Os outros terão que aprender a viver comigo assim.
Amo-te tanto. 


fatima