terça-feira, maio 27, 2008


Quando



Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta

Continuará o jardim, o céu e o mar,

E como hoje igualmente hão-de bailar

As quatro estações à minha porta.



Outros em Abril passarão no pomar

Em que eu tantas vezes passei,

Haverá longos poentes sobre o mar,

Outros amarão as coisas que eu amei.



Será o mesmo brilho a mesma festa,

Será o mesmo jardim à minha porta,

E os cabelos doirados da floresta,

Como se eu não estivesse morta.



Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

1 comentário:

Anónimo disse...

adorei este poema. qd é q vamos ver aqui Alexandre O'neil ou Al Berto? não gostas? jinhos p ti. Kerli