sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Ei, trouxe-te uma flor..,


Estou hoje a lembrar de um tempo em que as roupas novas vinham com o Natal e a Páscoa e os brinquedos, pq poucos, eram para brincar mesmo e não para enfeitar quartos ou encher caixas e caixotes, lá por casa.


Os livros, essas preciosidades, trazia-os a biblioteca ambulante e os bolos e outros doces calhavam-nos nas festas de anos e , vá lá, em mais um domingo ou outro...

Fala-se ( e vive-se!) da crise e eu sinto vergonha pela nostalgia e por algum saudosismo que a vida mais simples e despretensiosa de antes me deixaram.

Mas, penso mesmo, que todos temos, damos, recebemos, consumimos, coisas demais.
Demais, pq muitas das vezes nem desfrutamos delas com verdadeiro gozo.
Demais, pq penamos para as obter e angustiamos qd nas as conseguimos.

"As coisas mais importantes da vida, não são coisas",
a gente sabe, mas esquece...

fatima

Nota: a sugestão musical é de minha irmã e é linda demais!
Obrigada, Kerli!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto tanto desta musica que até tenho dificuldades em me concentrar.
Estou inteiramente de acordo contigo com tudo o que dizes neste post. Também eu recordo com saudade o prazer que sentia com um único ovo da páscoa que recebia da mamã, lembro-me da felecidade de descobrir UM presente no dia de natal (e que ás vezes era para 3)e de como isso me satisfazia, talvez até mais do que as pilhas de presentes que as minhas filhas recebem sempre nesta época. Adorava esse presente , mesmo que fosse "nosso", brinquei com ele e vivi com ele a minha infancia toda, fosse um livro, um jogo ou um lego.
Mea Culpa, eu também sou consumista, e sou ao mm tempo vitima do meu consumismo (e do de outros) mas, eu sei, porque cresci com pouco, que as coisas mais importantes da vida nem sequer são coisas, pelo que, o que me preocupa em relação ao consumismo (meu e de outros) é pensar que será que daqui a 10 anos as minhas filhas também sabem dar valor a outras coisas que não são coisas, e se percebem que o mais importante na vida não são nem de longe nem de perto coisas.
Faz parte da difícil tarefa de educar, fazer perceber que o melhor da vida são os momentos,os sonhos/objectivos e os afectos.
Espero ter algum sucesso neste meu objectivo de vida, senão, acho que muita pouca coisa valeu realmente a pena...

Beijos especiais de irmã

Kerli

mfc disse...

Eram tempos em que a abundância era pouca, mas em que se dava muito valor a tudo o que se tinha.

Na minha terra, tínhamos a visita às quartas da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian....
Vinham numas carrinhas Citroen e formavamos bichas para levarmos os livros para casa uma vez por mês.