sábado, junho 20, 2009

desencantada



À meia-noite despeço-me do mundo

e corro a abrir a porta

dos meus sonhos.

Às vezes, com a pressa,

deixo cair na escada um sapatinho.

Quando de manhã alguém mo traz,

dizendo: deixas o sapato em qualquer lado,

volto a calçá-lo, distraidamente,

e vou ficando, outra vez,

desencantado.




Poema de Álvaro Guimarães

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