quinta-feira, janeiro 27, 2011

adoro adoro adoro, este poema





Deveria ser agora mais sensato do que era.


Mas não sei se o sou.


A minha memória tece uma tela de vergonhas e encantos.


As vergonhas, fechei-as em mim, mas o instante do encanto -


o raio de sol na parede, o canto do melro, aquele rosto,


o lírio, o livro de poemas ou aquela pessoa - esse, perdura e retorna em esplendor.


Esse instante eleva-me acima das minhas fraquezas.


.............


de Czeslaw Milosz

Nota: mas as minhas vergonhas, eu nao as fechei no armario, tranquei num cofre, ou escondi por baixo da cama.

Trago-as comigo, sempre sempre sempre.

São elas que me fazem, a cada dia, sentir-me mais e mais pequena, insiginifcante e uma quase miserável.

É no que mais penso por estes dias: o que fazer com aquela parte de nós que nos desilude e desgosta?

:(

fatima